quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Profissão: Concurseiro

Amigas e amigos, tanto o autor quanto algumas ilustres visitantes deste blog já comentaram a respeito dos prejuízos da "profissão" de concurseiro por si só, sem um objetivo maior de prestar um bom serviço público. Já pude presenciar situações do tipo: "Olha, estou tomando posse aqui hoje, mas só ficarei 15 dias. Aguardo a nomeação em outro concurso que deve sair na próxima semana." Direito justo e adquirido o do cidadão que prestou vários concursos públicos, em tendo sido aprovado, assumir no que lhe parecer mais vantajoso. Todavia, há de se questionar: essa troca constante de cargos é interessante para o País? A pessoa que passa 15 dias num órgão dificilmente chega a assimilar os valores daquela instituição. Não levará, portanto, bagagem para o novo órgão. Apenas terá levado mais serviço à área de recursos humanos e terá seu nome divulgado mais vezes no Diário Oficial: quando da nomeação, da vacância e da nova nomeação.

Talvez a forma de organização da atual estrutura de cargos e salários tenha responsabilidade nisso: um ocupante de cargo de nível superior com formação em jornalismo, por exemplo, pode ganhar de R$ 1.500,00 a R$ 8.000,00 em início de carreira, dependendo do órgão no qual ele esteja lotado e da carreira à qual pertença. Isso se tomarmos por base só o Poder Executivo. Caberia então pensar na minha humilde sugestão: se as discrepâncias fossem menores, como por exemplo com uma diferença de 2 mil reais entre a carreira de menor e a de maior remuneração dentro do Executivo, essa corrida para os concursos por quem já possui o seu cargo público não seria, ao menos, arrefecida?

Aguardo mais sugestões.

2 comentários:

Daniel Bastos disse...

Ótima idéia.

E, talvez, esse mercado imoral de "concursismo" diminua o ritmo, dando algum valor e importância devida ao mercado privado, em Brasília, que subvaloriza profissionais de nível superior.

L. Marques disse...

A tua sugestão é, de fato, boa, Alex. Principalmente se, no intento de aproximar os salários, aumentarem os menores ao invés de diminuirem os maiores...

Quanto ao troca-troca dos concurseiros, não os culpo. É apenas a lei da oferta e demanda em ação.