quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Parada Cultural

Quem é morador de Brasília já deve ter se acostumado com a visão de estantes recheadas de livros nas paradas de ônibus das avenidas da cidade. Mas nem todo mundo conhece a história do idealizador desse projeto: Luiz Amorim, proprietário do açougue cultural T-Bone. O Luiz provavelmente não se recorda de mim, já que eu o conheci ainda muito pequeno, acompanhando meu pai em suas constantes visitas ao açougue da 312 norte, nas quais ele aproveitava para, além de comprar a carne cortada do jeito que ele gostava, conversar muito sobre a política e a situação do Brasil com o Luiz, à época açougueiro e, tal qual o meu coroa, um idealista de esquerda.


Apaixonado pela leitura e um empreendedor nato, Luiz, hoje empresário e um verdadeiro agitador cultural da nossa cidade, acabou adquirindo o açougue e colocando ali uma estante para empréstimo de livros aos clientes e à população em geral. Estava criado o Açougue Cultural T-Bone, hoje parte integrante da agenda brasiliense de difusão das artes e da cultura. Lá, nas noites em que há programação, é possível encontrar do morador da comercial ao senador da República, sentados para ouvir a declamação da poesia de algum artista local.


Não bastasse isso, o acervo de livros aumentou de forma expressiva com as inúmeras doações de instituições e da população, e a idéia de Luiz de propagar a cultura, de forma a torná-la acessível por toda a população, foi materializada com a criação do projeto Parada Cultural - esse que nós vemos nos pontos de ônibus. Com a sua idéia, Luiz está conseguindo levar muitas pessoas do ócio à cultura, da irritação pela espera a uma verdadeira viagem pelo mundo do conhecimento. Provavelmente, está ajudando a construir histórias de sucesso como a dele e dando a sua contribuição para o País melhorar. Eu dou lá a minha ajudinha, deixando bom material sobre administração pública e alguns outros assuntos nas paradas de ônibus próximas ao Pão de Açúcar da 508/509 norte. Vale a pena dar uma passadinha por lá ou fazer a sua contribuição em qualquer Parada Cultural!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Cartão de ponto, ponto eletrônico e afins

Caríssimas amigas e amigos, recentemente participei de debate informal com alguns servidores públicos sobre a (in)eficiência das formas de controle de horário dos servidores atualmente existentes nos diversos órgãos do serviço público. A opinião predominante foi a de que esses controles são pouco efetivos, vistos com antipatia pela maioria dos servidores e, ainda, são facilmente contornáveis por quem desejar se ausentar um pouco antes ou chegar um pouco depois do horário pré-estabelecido.

Colocar um leão-de-chácara em cada repartição também não parece adequado. Então, o que fazer para lidar melhor com essa questão da permanência do servidor no local de trabalho? Uma proposta interessante que surgiu durante o debate foi a possibilidade de se estabelecer metas de produtividade individuais e por setor que, uma vez cumpridas, dessem ao servidor e ao setor em que trabalha condições de atuar com maior flexibilidade com relação ao horário de serviço. Para isso não se tornar um caminho fácil para a ociosidade, seria necessário estabelecer regras para o caso de não serem atingidas as metas determinadas. E padrões mínimos de operação para o servidor e o setor.

Um exemplo seria: o setor tem a meta de resolver 100 processos por mês. Cada servidor tem a meta de resolver 15 por semana. Em um mês no qual determinado funcionário vá tirar férias, o setor continua com sua meta mantida, logo os outros servidores devem atuar para dar andamento àqueles processos. Não é o que se vê hoje, quando muitas vezes, se um servidor não está presente, o processo não anda, pois "é ele quem está cuidando". Aí começaríamos a criar uma cultura de compartilhamento da informação dentro do serviço público.

Outro caso: se o servidor tiver atingido sua meta e o seu setor estiver em déficit, ele deve colaborar para que o setor atinja seus objetivos. Uma vez estando o setor e o servidor com as metas cumpridas, aí sim poderia ser flexibilizado o horário do servidor até o início do próximo mês, desde que o setor contasse com pessoal suficiente para o atendimento das novas demandas.

É uma sugestão a ser pensada, criticada e trabalhada.