segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A necessidade de realização de cursos de formação para servidores públicos no Brasil


por Alex Alves*

Coordenador Nacional do Movimento Gestão Pública Eficiente – MGPE

Não há dúvidas que o ingresso no serviço público por meio de concursos públicos, processo que prima pela meritocracia, foi um grande avanço para a profissionalização da burocracia – no sentido weberiano do termo – no País.
 
No entanto, a população ainda reclama, com toda razão, da qualidade do serviço público prestado e da dificuldade de acesso aos serviços públicos em geral. Será que o benefício do ingresso por concurso está se traduzindo em efetiva melhora na prestação da qualidade do serviço?
 
A resposta, que assusta, mas que parece se mostrar a mais adequada, é: talvez não. E não há críticas ao processo seletivo em si, que por si só é um avanço. Mas não é perfeito e nem a solução para todos os problemas.
 
Não é suficiente apenas recrutar por mérito. É preciso dizer às pessoas o que se espera delas, qual sua missão, seu compromisso, dar as linhas gerais. O servidor precisa saber o que fazer, em que posição da hierarquia se encontra, qual o papel do seu órgão e o seu papel dentro dele.
 
Se essas noções são claramente transmitidas nos cursos de formação da alta burocracia do Poder Executivo Federal, quando no ingresso em carreiras como a de Gestor Governamental e Diplomata, são passadas de forma muito tímida, quando não inexistente, em carreiras menos estruturadas.
 
O serviço público, que controla uma folha de pagamento de mais de 600 mil servidores em nível federal, e remunera os seus quadros médios com salários entre três mil e oito mil reais, acaba por não dizer à maior parte de sua força de trabalho o que espera dela, em termos de resultados.
 
É como se a IBM ou a Microsoft recrutasse os seus analistas por meio da realização de uma difícil prova de conhecimentos e, após selecionar os dez candidatos melhor classificados, dissesse: “- Parabéns, vocês ganharam um emprego onde, se não fizerem nada de muito ruim, ficarão o resto da vida. Façam o que vocês acham que deve ser feito”.
 
Sabemos que não é isso que ocorre nessas organizações. Mesmo se os analistas não tiverem algum tipo de capacitação oferecida pela empresa, serão cobrados em seu dia a dia de forma tão presente pela sua gerência, que lhes exigirá entrega de produtos e total alinhamento com as metas institucionais que, posso assegurar, em pouquíssimo tempo terão conhecimento e comprometimento com o seu alcance.
 
Como a formação de gerentes ainda é uma questão em desenvolvimento no setor público, há um grande risco de que essa “cobrança pelo gerente” não aconteça por lá. Dessa forma, o servidor recém-ingresso, se não tiver passado por um amplo curso de formação, onde lhes sejam oferecidas as noções sobre o que o Estado e a sociedade esperam dele, fará o que sua consciência considerar que deve ser feito. E o grau de comprometimento, de cunho subjetivo, não é valor aferido pelo concurso público.
 
A máquina pública não é composta apenas por gestores e diplomatas. É composta por servidores que, com as mais variadas atribuições e remunerações, estarão executando uma função pública que lhe foi atribuída pelo Estado, com direitos e deveres estabelecidos por lei, em vínculo praticamente vitalício. E a grande parte desses servidores não está sendo treinada no seu ingresso.
 
E, como, após o seu ingresso, não se costuma utilizar efetivamente outra ferramenta de gestão prevista em lei que é o estágio probatório, período no qual o servidor que não apresentasse o rendimento esperado poderia ser exonerado, boa parte desses servidores pode ficar até 35 anos servindo a um órgão público sem ter efetivamente realizado o que se esperava dele.
 
Sem a comunicação clara, quando do ingresso na carreira, por meio de um curso de formação, sobre o que se espera do servidor, o Estado e a sociedade ficam reféns da consciência e voluntarismo de cada um. E se o Estado não tiver uma mensagem a ser transmitida no curso de formação, nem clareza suficiente do que espera daquele funcionário, a pergunta a se fazer é: para que contratá-lo, então?

sábado, 15 de junho de 2013

Lançado pela Internet o Movimento Gestão Pública Eficiente - MGPE







Caríssimas e caríssimos leitores,
Em minha postagem de boas festas de 2012/2013, escrevi algumas palavras, transcritas abaixo, que traduziam o sentimento de necessidade de criação de algo novo.

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Aos que me perguntam por novos projetos, tenho plena convicção de que 2013 será um ano em que a sociedade civil se mobilizará de forma efetiva por uma gestão pública de qualidade. O número de leitores cadastrados no Blog para receber as postagens - mais de 850 - demonstra isso.

 

Demonstra o desejo por uma gestão pública não somente ética, mas eficiente. Preocupada com a capacitação e retenção de talentos e o seu desenvolvimento gerencial. Respaldada por estruturas modernas e receptivas para o cidadão, que exige cada vez mais o uso de ferramentas de tecnologia da informação em benefício de seu acesso imediato à informação. É isso que a sociedade deseja.

 

Diante desse anseio, certamente não me furtarei em colaborar, diretamente ou por meio do Blog, para que o serviço público alcance cada vez mais o patamar esperado pela população.


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A forma que me ocorreu de materializar esse sentimento foi pela criação de um movimento da sociedade civil, que transcendesse as discussões do blog e que, por meio da colaboração, com ideias e ações, de pessoas das mais variadas áreas de atuação, pudesse consistir em repositório coletivo apto a fornecer materiais úteis a quem quer que se interesse pelo tema eficiência da gestão pública: governantes, cidadãos, imprensa, associações.

Lançado em 5 de maio de 2013, o MGPE espera deixar legado positivo por meio da difusão da cultura de eficiência na gestão pública. Mas, para isso, a sua participação é fundamental! Pode ser pela visita ao site, pelo envio de artigos e cases ou simplesmente curtindo a página no Facebook ou seguindo o perfil do Twitter. Da maneira que preferir, seja muito bem vindo(a) ao MGPE!

MOVIMENTO GESTÃO PÚBLICA EFICIENTE - MGPE
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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Royalties para a Educação

A presidente Dilma Rousseff, por meio de pronunciamento em rede nacional realizado por ocasião do Dia do Trabalho, acaba de informar sobre o envio ao Congresso de nova proposta - provavelmente Medida Provisória - visando a destinação dos royalties do petróleo exclusivamente para a Educação.
 
Foi, sem sombra de dúvida, um excelente presente para os trabalhadores de todo o Brasil, que enxergam na educação a principal ferramenta para o desenvolvimento sólido e sustentável do País.
 
Agora, cabe à população acompanhar com atenção o desenrolar dos debates no Congresso Nacional, bem como, uma vez aprovada a proposta, verificar a correta alocação desses recursos pelas autoridades responsáveis por sua aplicação.

ITCD e DF – siglas em conflito

Em homenagem ao professor e amigo Leonardo Manzan, que me deu a honra de redigir em conjunto esse texto e cujo pronto restabelecimento de saúde é mais do que certo - e será pleno -, compartilho com vocês artigo sobre o início da cobrança do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação no DF.


ITCD e DF – siglas em conflito


Leonardo Manzan e Alex Alves*



Em 8 de abril de 2013, o Distrito Federal viveu um dos momentos mais delicados de sua gestão, justamente no mês de celebração dos 53 anos de Brasília. Sob a justificativa de tornar públicos os dados de lançamento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD), tributo de competência estadual, cuja cobrança até pouco tempo não havia sido iniciada no DF, o Governo do Distrito Federal publicou os dados fiscais de mais de 10.000 contribuintes, divulgando os valores de doações no Diário Oficial.

O edital, da lavra do Núcleo de Gestão dos Impostos de Transmissão, unidade da  Gerência de Tributos Diretos, por sua vez unidade da Coordenação de Arrecadação Tributária, vinculada à Subsecretaria da Receita, órgão da Secretaria de Fazenda do DF, acabou por quebrar o sigilo fiscal desses contribuintes, em flagrante infringência ao artigo 5º , inciso X, da Constituição Federal de 1988, o qual protege a intimidade do indivíduo.

Reza o referido artigo que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Não ter seus dados fiscais expostos é garantia fundamental do cidadão. E a violação a essa garantia do cidadão enseja, inclusive, a reparação, pelo Estado, dos danos morais e materiais causados pela infração.

O próprio Código Tributário Nacional, em seu artigo 198, aborda a questão. Afirma o dispositivo que, sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.

E o meio escolhido para tal divulgação foi justamente o jornal oficial do Distrito Federal, cuja edição virtual é amplamente disponibilizada pela Internet a toda a população, o que caracteriza excesso de exação da administração distrital, que utilizou meio vexatório e gravoso para a cobrança do crédito tributário.

A divulgação também não obedeceu à própria Lei Distrital nº 4.567/2011, que disciplina o Processo Administrativo Fiscal do DF. O artigo 11 da Lei, que trata da intimação no âmbito do processo administrativo fiscal,  assevera que esta se dará  por servidor competente, provada com a assinatura do sujeito passivo; por via postal, com aviso de recebimento; por publicação no Diário Oficial do Distrito Federal; ou por meio eletrônico, atestado o recebimento mediante certificação digital e envio ao endereço eletrônico atribuído ao contribuinte pela administração tributária.

No entanto, o próprio dispositivo assinala que a intimação quanto aos atos, procedimentos e processos referentes a procedimento administrativo fiscal, crédito tributário não contencioso e mesmo na jurisdição contenciosa só será efetuada por publicação no DODF depois de esgotados os meios previstos por via postal e eletrônica, ressalvadas situações específicas, que não parecem se adequar ao caso em tela.

A Portaria nº 74, editada no dia seguinte, cancelou os editais de lançamento do ITCD, por inobservância às condições estabelecidas no art. 11 da Lei Distrital nº 4.567/2011. O que restou, então, dos editais de lançamento? O custeio, rateado entre o universo de contribuintes do Distrito Federal, das ações de indenização que certamente serão promovidas por aqueles contribuintes que se sentiram lesados com a divulgação de seus dados pessoais.

Ou seja: a Administração, por meio da publicação dos editais de lançamento, expôs dados fiscais de cidadãos, sem observar a legislação e o respeito ao sigilo de seus dados pessoais, e logo em seguida os anulou. Portanto, além de ter ferido direitos fundamentais do contribuinte, que teve seus dados publicamente expostos antes de qualquer tentativa de intimação sobre seu débito, o ato sequer servirá para a cobrança do crédito tributário. Isto é, serviu apenas para causar prejuízo àqueles contribuintes que tiveram seus dados expostos e ao universo de contribuintes que custeou a publicação indevida e pode vir a ter que custear as indenizações.

A Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal assevera que a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade. No entanto, não pode a Administração prejudicar, por atos editados sem a devida observância à lei e aos princípios básicos do Estado Democrático de Direito, milhares de contribuintes, já tão penalizados por arcar com elevada carga tributária, sem receber da unidade federativa serviços públicos à altura.

Caso o erro tenha sido meramente operacional, se traduziu em sinal mais do que evidente de que a cidade que sedia repartições governamentais ligadas ao controle e gestão pública de excelência em nível federal necessita de corpo técnico cada vez mais profissional e qualificado para sua gestão local. Deve a administração local defender a transparência, mas sem penalizar aqueles que, de boa fé, querem estar quites com suas obrigações, sem ver seus dados pessoais expostos indevidamente pelo ente que teria a obrigação legal de resguardá-los.

*Leonardo Manzan é advogado tributarista e professor universitário; e Alex Alves é jornalista, especialista em Direito Público.

sábado, 13 de abril de 2013

Aumenta expectativa pelo edital do Banco Central

Desde o último dia 25 de março, quando o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão autorizou a realização de concurso para o Banco Central, tem crescido entre aqueles que estão se preparando para esse concorrido concurso público a expectativa pelo lançamento do edital.

Serão 400 vagas para o cargo de Analista, que costuma ser dividido por especialidades de atuação, contemplando áreas meio e finalísticas, com remuneração inicial próxima a R$ 13 mil. Para o nível médio de escolaridade, serão oferecidas 100 vagas no cargo de Técnico, cujo valor de remuneração inicial é de aproximadamente R$ 5 mil.

São excelentes oportunidades, seja para quem deseja atuar na regulação econômica e das instituições financeiras do País, seja para quem deseja atuar em áreas de gestão administrativa numa das mais organizadas estruturas do setor público.
Para quem prefere atuar na área jurídica, haverá 15 vagas a serem preenchidas para o cargo de Procurador, com remuneração próxima a R$ 15 mil, atraente para quem advoga na iniciativa privada ou exerce cargos administrativos no setor público.
O Banco tem até 25 de setembro de 2013 para lançar o edital, mas o movimento nos cursos preparatórios e no mercado de apostilas já é bastante intenso. Se você deseja se preparar, confira os editais do concurso realizado em 2009, organizado pela Cesgranrio, para os cargos de Analista  e Técnico do Banco Central.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

ENAP: Telessaúde em MG conquista o 1º lugar no 17º Concurso Inovação


26/3/13 - Do site da ENAP:
 
Iniciativa do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Teleassistência em rede para regiões remotas: melhorando o acesso da população à Atenção Especializada em Saúde conquistou o 1º lugar no 17º Concurso Inovação na Gestão Pública Federal. O anúncio foi feito nesta terça-feira (26), em cerimônia no auditório do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP). O evento também contou com os lançamentos do livro contendo os relatos das iniciativas premiadas nesta edição e do 18º Concurso Inovação.

Na abertura da cerimônia, o Presidente da ENAP, Paulo Carvalho, afirmou que “o Prêmio incentiva a inovação na gestão em organizações do governo federal, contribuindo para a melhoria da qualidade dos serviços públicos. Além disso, permite dar visibilidade aos resultados das inovações, possibilitando sua adoção por outras organizações”.

Na sequência, a representante do Comitê Julgador do Concurso, Enid Rocha, fez uma breve saudação destacando as ações do Comitê. “No processo de seleção, percebemos o quanto as experiências premiadas contribuem para a melhoria da gestão e para proporcionar melhores serviços aos cidadãos”, disse Enid, que também é Diretora de Comunicação e Pesquisa da ENAP.

Premiações

Para anunciar a classificação e a entrega dos prêmios, compuseram a mesa as seguintes autoridades: a Ministra do Planejamento, Miriam Belchior; o Ministro da Educação, Aloísio Mercadante; o Ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência da República, Diogo Sant’ana; e o Presidente Paulo Carvalho. A Ministra Miriam Belchior fez um discurso com destaque para a importância do Concurso à gestão pública: “Essas experiências melhoram a vida do cidadão e das empresas que dependem dos serviços do governo federal. Por isso, acredito que esse Prêmio tem tudo a ver com a nossa perspectiva de gestão, pois não usa como referencial único a questão do corte de custos.”

A Ministra também discorreu sobre a Agenda de Ações para Modernização e Melhoria da Gestão Pública, lançada em 2012 e marcada, segundo, ela, por três eixos fundamentais: melhoria de serviços aos cidadãos e empresas; otimização dos gastos públicos; e melhoria da governança e da gestão de meios dos ministérios.. “Acredito que as iniciativas inscritas no Concurso trabalham com essa mesma lógica. Queremos multiplicar essas experiências”, declarou Miriam Belchior.

Quanto às premiações, a Telessaúde da UFMG conquistou uma visita técnica à Noruega. A iniciativa é considerada uma das maiores experiências de teleassistência sustentável no mundo, servindo de modelo para outras experiências similares no Brasil e na América Latina. Sua criação representa uma nova atividade econômica, gerando um novo campo de trabalho e uma nova área de pesquisa, tanto na saúde quanto na área de TI. Os resultados alcançados impactaram positivamente na melhoria do acesso da população a serviços especializados e na fixação de profissionais em localidades remotas.

Classificado em 2º lugar, o Projeto Visita Virtual e Videoconferência Judicial, do Ministério da Justiça, ganhou uma visita técnica à França. A iniciativa nasceu de uma parceria entre o Departamento Penitenciário Nacional e a Defensoria Pública da União (DPU). Relaciona-se ao direito de manutenção dos vínculos afetivos dos presidiários, possibilitando o contato deles com seus familiares e amigos; bem como à realização de audiências judiciais por videoconferência.

A Universidade Federal de Lavras (MG), com a sua experiência Eco Universidade: Plano Ambiental para uma universidade socioambientalmente correta, tirou a 3ª colocação no Prêmio. Um representante da iniciativa mineira recebeu o direito de realizar uma visita técnica à Alemanha. Também agraciado com uma visita técnica à França, o Projeto Porto Sem Papel, da Secretaria de Portos da Presidência da República, ficou na quarta posição.

A prática inovadora Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar, da Secretaria-Geral da Presidência da República, conquistou a 5ª colocação e o direito de ir a algum país da África ou da América Latina. O 6º lugar ficou com uma iniciativa da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – Sistema de emissão e controle de Autorização de Voo da Anac (Siavanac) –, cujo representante fará uma visita técnica à Nova Zelândia. O Termo de Ajuste Sanitário (TAS), do Ministério da Saúde, classificou-se na 7ª colocação e ganhou o direito de ir à França.

Completam a lista: Modelo de Gestão do Ambiente de TI Aplicado ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na 8ª posição; Almoxarifado Virtual: Uma proposta de sustentabilidade por contratação de Gerenciamento de Meios, na 9ª colocação; e Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (Siconv). Um novo paradigma nas Transferências Voluntárias da União, na 10ª posição.

Além das visitas técnicas internacionais, foram ofertados aos vencedores vagas em cursos da ENAP, assinatura da Revista do Serviço Público, publicação dos relatos em livro, certificado e Selo Inovação (a ser utilizado pelas iniciativas premiadas em seus materiais de divulgação). Iniciativa da ENAP, em parceria com o MP, o Concurso conta com o apoio, para as premiações, das embaixadas da França, da Noruega e da Nova Zelândia; da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ); e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

O 17º Concurso Inovação obteve 74 inscrições válidas, distribuídas em sete áreas temáticas. Os relatos das 10 iniciativas vencedoras estarão disponíveis, na íntegra, no Banco de Soluções, no site do Concurso. Ao longo de 17 anos, o Prêmio tem cumprido seu objetivo de estimular a implementação de iniciativas inovadoras de gestão em organizações do governo federal; de disseminá-las e de valorizar servidores públicos que atuam de forma criativa em suas atividades. Nesse período, foram 1.611 práticas inscritas e 321 premiadas.


Confira a classificação

Conheça as 10 iniciativas vencedoras do 17º Concurso Inovação 
 
(Fonte: www.enap.gov.br)
 

domingo, 7 de abril de 2013

Notícias de domingo

A edição do Correio Braziliense deste domingo (7/4) traz três matérias de interesse ao debate sobre a gestão pública, cujos links compartilho com vocês:

Dos R$ 72,6 bi liberados pela União em 2012, R$ 14,5 bi foram pelo ralo (reportagem sobre os 20 anos da Lei de Licitações)

Carência: rede pública não consegue formar quadros de professores (reportagem sobre as dificuldades que o ensino público enfrenta para formar, atrair e reter profissionais)

Seduzidos pelos salários da iniciativa privada, oficiais largam a farda (reportagem sobre a evasão recorde dos oficiais de nossas Forças Armadas)

A íntegra das matérias só está disponível na versão impressa.

Boa leitura e um ótimo domingo!

Urbanidade no Trânsito

Há tempos os brasilienses têm notado o aumento da falta de urbanidade no trânsito do Distrito Federal. É cada vez mais comum nos depararmos com pessoas "tesourando" outros carros, passando por sinais vermelhos, desrespeitando a preferência em rotatórias, fazendo conversões proibidas e acelerando quando vêem alguém acionar a seta, não deixando que entrem em "sua" faixa.
 
Não acredito que isso seja reflexo apenas do estresse da vida moderna. Nem de falta de conhecimento das regras de trânsito. Acredito que dois fatores contribuem de forma preponderante para esse fenômeno negativo: o primeiro é a sensação de "terra sem lei" que há tempos se abate sobre o brasiliense, que se vê sem "síndico", a cidade sem cuidado, a segurança insuficiente, a saúde - pública e particular - pouco atenciosa e sem recursos. 
 
"Se não há saúde, não há segurança, não há zelo pelo patrimônio da cidade, quem irá me penalizar por essa 'pequena' infração?" - pensa o motorista, que vê na defesa do seu tempo, do seu carrro, da "sua" faixa, motivo de esquecer de quaisquer outros princípios caros ao convívio em sociedade.
 
O segundo fato é a falta de um espírito de coletividade mais arraigado no brasiliense, extremamente dependente do automóvel - e dentro dele isolado em boa parte do dia -, que contribui para esse sentimento de maior individualismo quando na condução dos veículos.
 
O problema do trânsito no Distrito Federal é um dos mais complexos que a unidade federativa enfrenta, porque decorre da necessidade de uma total reformulação do transporte e do conceito de mobilidade urbana tradicionalmente desenvolvido por aqui.
 
Ao longo desses 53 anos, nos acostumamos ao carro e dele nos tornamos reféns. Essa dependência excessiva gera gargalos nas nossas vias que, apesar de mais engarradas, continuam permitindo o desenvolvimento de alta velocidade. E parece que ainda não aprendemos a lidar adequadamente com isso.
 
Andar mais devagar, desenvolver um espírito de maior cordialidade, reduzir a velocidade para permitir que o outro carro mude de faixa... mudanças de atitude que precisam ser internalizadas pela parcela dos brasilienses que ainda não o fez, e que só podem ser efetivadas por meio de muita conscientização e algum reforço na fiscalização.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

O modelo de gestão de Curitiba

Há muito tempo Curitiba é referência em termos de gestão para o País. Uma cidade-modelo, que apesar desse status enfrenta dificuldades especialmente com a questão da segurança pública, como qualquer outra grande cidade do mundo, mas que consegue reunir características capazes de fazê-la ser muito maior do que os seus problemas.
 
Tive a satisfação de, recentemente, visitar pela segunda vez a cidade. Lá encontrei experiências muito exitosas de gestão, como um transporte público que funciona, uma população com elevado nível de educação, uma economia que une de forma exitosa o setor público e a iniciativa privada, e a grande preocupação com a MANUTENÇÃO de parques e monumentos (a caixa alta é proposital, já que o vocábulo parece não existir em algumas administrações estaduais e municipais do nosso País).

Mas o que mais chamou minha atenção foi a existência de um modelo exitoso de apoio ao turismo de lazer, sendo que a vocação da cidade é eminentemente de negócios. Primeiro: há centros de apoio ao turista em locais estratégicos da cidade. Logo no desembarque do aeroporto, o visitante consegue encontrar uma central de informações na qual já tomará conhecimento, com grande cordialidade e gentileza por parte dos atendentes, sobre os principais passeios da cidade.
 
Além disso, os principais bares e restaurantes de Curitiba podem ser conhecidos por meio de transfers gratuitos oferecidos por uma operadora de turismo, por meio de convênio firmado com esses estabelecimentos e com os hotéis da cidade.
 
Da mesma forma, durante o dia, os principais pontos turísticos podem ser visitados por meio de um ônibus de dois andares, tipo jardineira, que passa por cerca de 20 pontos de interesse turístico, onde o visitante pode descer, conhecer durante o tempo que desejar e reembarcar, por 4 vezes. O ônibus passa em horários pre-determinados, a cada 30 minutos, e o valor é acessível: R$ 27,00 por pessoa.
 
Curitiba acaba de passar por uma transição na gestão municipal, mas o novo prefeito, experiente ex-parlamentar, não quis reinventar tudo do zero. As obras importantes para a cidade, já em fase avançada, foram mantidas. Claro, pontos específicos estão sendo revistos, com especial enfoque para o respeito ao contribuinte.
 
Mas a idéia passada ao visitante é a de que há um corpo perene administrando a cidade, que se preocupa com os resultados atingidos. Há "gerentes", "síndicos", na administração local. Cuida-se atentamente do patrimônio da cidade, seja ele público ou privado. Parece ser esta a mentalidade não só dos gestores públicos locais, mas da população em si. 
 
Tradição de zelo curitibana que remonta às origens de seu povo, evidenciada na História com o episódio ocorrido no final do Século XIX, quando, após o abandono da cidade pelas autoridades locais em meio à revolução federalista, foi formada, por clamor da população, a junta governativa presidida pelo Barão do Serro Azul, ilustre e destacado cidadão paranaense, que administrou a cidade para evitar caos e desordem ao longo daquele conturbado período.