quarta-feira, 30 de julho de 2008

O caso Varig e a defesa do interesse nacional

Caros leitores, vale a pena ler a matéria da Agência Senado intitulada "Comandante diz que venda da Varig foi uma fraude", clicando aqui. É bom nos mantermos sempre informados para poder ver a quantas anda a defesa dos interesses nacionais, não é mesmo? Afinal de contas, até hoje a venda de uma companhia tão respeitada internacionalmente, que desbravou os caminhos da aviação nacional e levou o nome do Brasil para os hangares de todo o mundo não convence os milhares de ex-funcionários e os milhões de brasileiros que admiravam a empresa. O nome Varig é tão forte que, mesmo após anos de sua saída de operação, permanece vivo no coração dos brasileiros.


Aos publicitários: produtos infantis e reclamação

Caros colegas de profissão, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 5921/2001, que 'acrescenta parágrafo ao art. 37, da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, que "dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências"'. Por essa ementa não dá para saber muito bem do que se trata, certo? Mas aí o sistema da Câmara acrescenta em seguida a explicação da ementa: "Proíbe a publicidade para a venda de produtos infantis". Pois leiam a notícia da Agência Câmara a respeito do assunto ou chequem a tramitação do projeto para poderem formar sua opinião. Por não ter estudado a fundo essa questão, não me considero apto a emitir algum parecer, mas a princípio a abordagem do projeto me pareceu um pouco restritiva demais.

Agora a reclamação: não pegou nada bem a campanha de certo cursinho preparatório da cidade que faz referência à história do padre paranaense que faleceu ao tentar voar amarrado a balões. Quando os colegas vão perceber que não é preciso esse tipo de humor na publicidade? Que mensagem está se passando ao público jovem, que pode vir a ingressar naquele curso? O publicitário precisa se dar conta da função social que exerce. O seu texto influencia, gera comportamentos e forma opiniões. E nesse sentido, também ofende, entristece e gera constrangimento. Humor é muito bem vindo, quando acompanhado de adequação e responsabilidade. O resto, é melhor guardarmos para nós mesmos ou, no máximo, exercitarmos em conversas de mesa de bar.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Politicômetro

Recebi a dica num informativo do Diap. Basta responder às perguntas para verificar em qual posição política você se enquadraria. O meu deu centro-esquerda liberal, e o seu? Está no site da Veja, é só clicar aqui.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Plantão médico

Caríssimos, já ouvi falar que é sempre muito bom ter um médico, um advogado e um mecânico na família. Como nem todos têm essa sorte, resolvi abrir esse espaço para falar desse assunto tão delicado que é o cuidado com a saúde. Não vou cair em lugares comuns do tipo: "pratique exercício!", porque sei que isso todos sabemos, e se não o fazemos temos plena consciência do mal que estamos causando a nós mesmos.

Quero ir um pouco além, e falar do caráter excessivamente comercial que vem ganhando a medicina nos últimos tempos. Alguns médicos muitas vezes acumulam um cargo público com outro em clínica privada, além do seu consultório particular. A minha pergunta é: qual a qualidade que se consegue oferecer ao paciente estando sempre atrasado para a próxima consulta ou prestes a partir para o próximo local de atendimento?

Mesmo quando em dedicação exclusiva a uma só clínica, o valor pago por cada consulta pelos convênios, em geral, não é satisfatório para o pagamento das despesas de algumas clínicas médicas, o que resulta em vários atendimentos por dia para poder manter a viabilidade financeira da clínica. Novamente o que se vê é um médico estressado, que mal tem tempo para tocar seu paciente.

No caso de dedicação exclusiva ao serviço público, o médico se depara com o baixo salário oferecido, se comparado com a iniciativa privada, além das outras especificidades próprias ao setor público. No mais, dentro do serviço público, no comparativo com as carreiras jurídicas, os médicos saem perdendo feio em termos salariais.

Que tal começarmos a pensar em algumas medidas para melhorar a qualidade do atendimento na saúde? Tomo a liberdade de sugerir algumas:

1. MAIOR ATENÇÃO DO MÉDICO COM O QUADRO GERAL DO PACIENTE. Muitas vezes o paciente procura o serviço de algum médico e, após a dificuldade para conseguir marcar uma consulta, ter que faltar ao trabalho etc., consegue ser atendido e é levado a crer que "não tem nada demais". Depois, aparece com uma doença em estágio avançado, e ouve de outro médico (ou até do mesmo que o atendeu inicialmente!) que deveria ter procurado ajuda anteriormente para aquele problema.

2. VALORIZAÇÃO E MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO PARA O MÉDICO. O médico, pela relevância de seu papel, não pode ficar à mercê de interesses econômicos de seus empregadores, nem se preocupar se o dinheiro que vai receber vai dar para pagar as contas no final do mês. Precisa ganhar bem e atender, COM TOTAL QUALIDADE, quantos pacientes tiver condições de atender.

3. INVESTIMENTO E AMPLIAÇÃO DO ATENDIMENTO MÉDICO. Falta ao governo investir na contratação de profissionais e na ampliação da rede de atendimento, bem como fiscalizar a qualidade desse atendimento na prática. O deputado, o secretário de saúde e outras autoridades precisam ir ao hospital público (e ao particular também, por que não?) para verificar como a população vem sendo atendida em cada unidade.

4. HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO. Muitas vezes o problema do paciente pode ser resolvido com uma conversa. Problemas de ordem psicológica provocam reflexos na saúde física do paciente. Por isso, ganharia a população e ganhariam os cofres públicos caso o governo oferecesse um atendimento de orientação psicológica com vocação social antes do atendimento médico propriamente dito.

E se algum leitor médico tiver maiores contribuições a oferecer, ou queira discordar de meus argumentos, o espaço está mais do que aberto. No entanto, aproveitando de seus conhecimentos e do conhecimento dos demais leitores, gostaria de perguntar a todos uma coisinha: Afinal, o uso de celular provoca câncer? Até que alguém dê uma resposta definitiva, é bom ficarmos atentos a essa questão do excesso de radiação emitida por vários aparelhos de nosso uso comum. Microondas, celular, computador... Quero todos nós com muita saúde e atuantes por muito tempo. E, para a tranquilidade dos hipocondríacos, não me excederei nas postagens sobre assuntos de saúde. Podem continuar visitando o blog sem problemas!

Adendo à postagem: O Jornal do Senado, em edição de 31 de março de 2008, fez um apanhado interessante sobre as medidas a serem adotadas pelo cidadão caso venha a ser vítima de erro médico. Vale a pena dar uma olhadinha por lá!

Por um novo "jeitinho" brasileiro

Quem nunca ouviu falar do "jeitinho" brasileiro? Pesquisa recente demonstrou que o brasileiro é conivente com o jeitinho, ao mesmo tempo em que repudia a corrupção. E a conivência com o primeiro alimenta, sem dúvida, a segunda. Num sistema de democracia representativa, como o nosso (e acho que até hoje não surgiu modelo melhor), nossos representantes eleitos são reflexo do que é a nossa população.

Ao atentar para esse fato, ainda muito novo, passei a desgostar do jeitinho. Me envergonhava aquilo ser motivo de orgulho para muitos dos compatriotas. A "tiração de onda" pela "malandragem" passou a me causar repulsa. O fulano que vier contar do benefício que conseguiu se aproveitando da inocência ou boa vontade alheia, ou ainda, pelo caminho oposto, do benefício que conseguiu encontrando alguém também "esperto" como ele na outra ponta da relação, contará com minha antipatia e reprovação, ambas imediatas.

Que o novo jeitinho brasileiro seja o do trabalho, do empreendedorismo, da eficiência, da qualidade no serviço público, da responsabilidade social da iniciativa privada, da capacitação constante dos empregados, da cortesia no atendimento e nas relações interpessoais, da humanização e do estudo como forma de desenvolvimento pessoal. Vamos todos ajudar a promover essa mudança!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A Especialização e o Koala Cego

Hoje este blog conta com a colaboração do leitor e advogado Alexandre Capilé, que nos envia seu artigo diretamente de Curitiba.

Muito obrigado, Alexandre! A todos vocês, boa leitura!

A Especialização e o Koala Cego

Alexandre Capilé

Vivemos a Era da Informação. Informação essa transmitida em maior quantidade e em menor espaço de tempo. Fronteiras culturais jamais estiveram tão frágeis, rendendo-se aos avanços, modismos e bizarrices das sociedades mais influentes sobre as mais frágeis. O acesso ao conhecimento nunca esteve tão democratizado e, ao mesmo tempo, restrito à condição financeira. Eis aí o primeiro paradoxo!

Na proporção que o conhecimento se difunde, ocupando a mente de um número maior de pessoas, ele se especializa, exigindo de seu possuidor uma definição por alguma área específica do conhecimento. Em miúdos, quanto mais há oferta à informação e acesso à ciência, maior é a exigência ao indivíduo de encarcerar-se em um determinado distrito, circunscrição, condado do mapa-múndi da ciência. Eis aí o segundo paradoxo!

As justificativas para esse crescente vôo baixo nas ciências são muitas. Existem os que alegarão inaptidão para o mundo do conhecimento, preferindo dedicar sua energia e boa vontade para um ponto definido, a se perderem na infinidade de ramos que constituem a ciência humana. Existem também os que alegarão a necessidade cada vez mais latente, no mundo competitivo em que vivemos, de ser bom em uma coisa ao contrário de ser mediano em vinte ou mais áreas, possibilitando, assim, uma segurança técnica (profissional) e, conseqüentemente, financeira. Existe quem alegue que a especialização lhe permitirá ferramentas físicas e psíquicas para contribuir com o desenvolvimento e aperfeiçoamento, bem como soluções para os impasses que assombram sua área de ação profissional.

Escondida em meio à desculpa (reconheço que essa é uma desculpa bem plausível e justificada diante dos dias conturbados e extremamente competitivos que vivemos) da necessidade de segurança, tem quem opte pela especialização em uma área determinada, objetivando o reconhecimento no meio de atuação profissional, satisfazendo assim o ego e lustrando de forma contundente a vaidade, já que a especialização permite um olhar clínico e aguçado diante dos problemas que preenchem diariamente os ramos de atuação de cada um.

Até aí, tudo bem. A coisa começa a complicar, no entanto, quando nos deparamos com o inegável fato que não há nada isolado no universo e que elementos tidos como antagônicos interagem intrinsecamente. A partir desse momento, a autoridade do especialista cai por terra, já que sua analise e parecer se tornam insuficientes para solucionar ou ao menos dar segurança a uma frente de trabalho que busque solucionar questões complexas.

Não digo que devamos ser especialistas em vinte ou mais frentes, até porque é humanamente impossível dado o fato da vida nos exigir invariavelmente decisões e responsabilidades que nos forçam a inclinarmos para um ponto específico. Mas seria sim de bom grado que buscássemos ao menos algum conhecimento, por mais genérico que fosse, sobre áreas diversas das habitualmente exercidas, com a finalidade de agilizarmos a mente para situações diversas das que estamos acostumados a gerir (fato incontestavelmente corriqueiro da vida) e principalmente, afiarmos as mais eficientes armas que o homem pode dispor no trabalho de prevenção de equívocos e ações mal orquestradas: a RAZÃO e o BOM SENSO!

É sabido que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose ministrada, ou seja, tudo em excesso ou em insuficiência é prejudicial. Com a razão e o bom senso não. Eles são ferramentas que, quanto mais usadas, melhor!

Não entenda o uso dessas ferramentas, de forma abusiva, como um padrão estabelecido de ceticismo! A razão deve ser usada no sentido de que toda e qualquer informação que chegar deve ser confrontada com o conhecimento técnico, genérico e de vida, adquirido até o presente momento, juntamente com o bom senso e não no sentido de negar toda e qualquer informação ou fato que lhe pareça estranho. Se assim proceder, estará o individuo perigosamente se colocando no curso do chamado ceticismo cego e, por que não dizer, burro!

A razão e o bom senso são ferramentas poderosas que auxiliam o sujeito na tomada de decisões, diminuindo as chances de insucesso, bem como evitando que este se torne parte de cenas (situações) que venham trazer sofrimento a ele e a terceiros, muitas vezes de forma quase que gratuita. Ou seja: a composição de situações desequilibradas, das quais o individuo não tem controle e que poderiam plenamente ser evitadas se este lançasse mão da razão e do bom senso.

A especialização do conhecimento, sua “democratização” e o crescente acesso à ciência de um modo geral propiciam um desenvolvimento desta a passos largos, em contra-partida a um fenômeno no mínimo inusitado: um número maior de donos da verdade. Mentes cheias de elementos que amparam e substanciam argumentos, por mais extravagantes que possam parecer, produzindo assim uma multiplicidade de saídas e soluções para verdadeiras sinucas de bico, surgidas no dia a dia, adquirindo o ar de verdades e passando para os incultos e mais desajuizados a cultura do determinismo.

O número crescente de detentores da verdade só explicita a distância cada vez maior que esta toma de seus aparentes “donos”. Tomado também pela busca da verdade, seja ela qual for, me arrisco a dizer que, quanto mais o sujeito realmente sabe, mais ele tem consciência que nada sabe. Essa é a verdade!

Agnelo no PT?

O ex-ministro dos Esportes, ex-candidato a Senador e maior nome do PCdoB local, Agnelo Queiroz, assina ato de filiação ao PT nesta quarta-feira, 9 de julho, às 19h. É o que diz nota que recebi, assinada por "Amigos de Agnelo Queiroz". O evento acontecerá no Teatro dos Bancários de Brasília (EQS 314/315, Bloco A, Asa Sul).

O que isso representa politicamente? Que o PT local iniciou seu processo de fortalecimento para 2010.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Erros de redação na Publicidade

Queridos, essa postagem serve mais como um pequeno puxão de orelha nos colegas publicitários. Não é de hoje que reparo - sem mencionar os diversos comentários que chegam a mim sobre o assunto - nos erros grosseiros de ortografia e/ou revisão em peças publicitárias de todos os tipos de mídia. Culpa do redator, do cliente, do revisor, do diretor de criação? Não importa. O que importa é que a publicidade serve de exemplo. O texto publicitário atinge um público em grande escala, e muitas vezes vai persuadir e influenciar posições. Logo, a mensagem é feita com o intuito de ser "gravada" pelo receptor. E a gravação de um erro estimula duas condutas: a indução ao erro ou a sensação de permissividade com o erro. Ou vai se achar que aquela grafia errada é certa, ou vai se pensar: Poxa, se nem esse pessoal que faz texto pra revista tem zelo com o que escreve, por que eu preciso ter?

O papel de educador do publicitário vai além do que ele próprio imagina.