sábado, 2 de fevereiro de 2008

Responsabilidade de quem?

Enquanto são anunciadas na mídia as possíveis medidas a serem adotadas para reduzir os acidentes de trânsito - todas voltadas para o lado da "educação pelo castigo", com elevação do valor cobrado pelas multas - retumba na minha mente o questionamento que meu pai certo dia fez: "Se a velocidade máxima permitida no Brasil é em torno de 100 km/h, por que é permitido que se venda carros que vão a 240 km/h?". Ora, se pelas leis brasileiras tal velocidade sempre será ilegal e jamais poderá ser atingida, a permissão de que se venda carros capazes de atingir mais de 200 km/h não seria uma espécie de autorização do tipo: "Olha, jamais se pode atingir essa velocidade pelas leis brasileiras. Mas se ninguém estiver olhando..."?

Não se pode parar a tecnologia, dirão. Concordo. Apenas levanto questões para que os entendidos do assunto e a população possam debater. Um limitador de velocidade seria adequado? Talvez. Presença ostensiva da fiscalização, com mais contratações no Detran, não apenas para multar carros estacionados irregularmente, mas para circular pelas ruas e coibir apressadinhos "cortando" os outros carros e cometendo todo o tipo de irregularidade ao volante? Talvez. Aumentar o valor das multas? Aumenta a arrecadação do Estado, mas não necessariamente previne o acidente. Aumenta-se o efeito punitivo, porém não se garante o efeito preventivo.

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