terça-feira, 15 de julho de 2008

Plantão médico

Caríssimos, já ouvi falar que é sempre muito bom ter um médico, um advogado e um mecânico na família. Como nem todos têm essa sorte, resolvi abrir esse espaço para falar desse assunto tão delicado que é o cuidado com a saúde. Não vou cair em lugares comuns do tipo: "pratique exercício!", porque sei que isso todos sabemos, e se não o fazemos temos plena consciência do mal que estamos causando a nós mesmos.

Quero ir um pouco além, e falar do caráter excessivamente comercial que vem ganhando a medicina nos últimos tempos. Alguns médicos muitas vezes acumulam um cargo público com outro em clínica privada, além do seu consultório particular. A minha pergunta é: qual a qualidade que se consegue oferecer ao paciente estando sempre atrasado para a próxima consulta ou prestes a partir para o próximo local de atendimento?

Mesmo quando em dedicação exclusiva a uma só clínica, o valor pago por cada consulta pelos convênios, em geral, não é satisfatório para o pagamento das despesas de algumas clínicas médicas, o que resulta em vários atendimentos por dia para poder manter a viabilidade financeira da clínica. Novamente o que se vê é um médico estressado, que mal tem tempo para tocar seu paciente.

No caso de dedicação exclusiva ao serviço público, o médico se depara com o baixo salário oferecido, se comparado com a iniciativa privada, além das outras especificidades próprias ao setor público. No mais, dentro do serviço público, no comparativo com as carreiras jurídicas, os médicos saem perdendo feio em termos salariais.

Que tal começarmos a pensar em algumas medidas para melhorar a qualidade do atendimento na saúde? Tomo a liberdade de sugerir algumas:

1. MAIOR ATENÇÃO DO MÉDICO COM O QUADRO GERAL DO PACIENTE. Muitas vezes o paciente procura o serviço de algum médico e, após a dificuldade para conseguir marcar uma consulta, ter que faltar ao trabalho etc., consegue ser atendido e é levado a crer que "não tem nada demais". Depois, aparece com uma doença em estágio avançado, e ouve de outro médico (ou até do mesmo que o atendeu inicialmente!) que deveria ter procurado ajuda anteriormente para aquele problema.

2. VALORIZAÇÃO E MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO PARA O MÉDICO. O médico, pela relevância de seu papel, não pode ficar à mercê de interesses econômicos de seus empregadores, nem se preocupar se o dinheiro que vai receber vai dar para pagar as contas no final do mês. Precisa ganhar bem e atender, COM TOTAL QUALIDADE, quantos pacientes tiver condições de atender.

3. INVESTIMENTO E AMPLIAÇÃO DO ATENDIMENTO MÉDICO. Falta ao governo investir na contratação de profissionais e na ampliação da rede de atendimento, bem como fiscalizar a qualidade desse atendimento na prática. O deputado, o secretário de saúde e outras autoridades precisam ir ao hospital público (e ao particular também, por que não?) para verificar como a população vem sendo atendida em cada unidade.

4. HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO. Muitas vezes o problema do paciente pode ser resolvido com uma conversa. Problemas de ordem psicológica provocam reflexos na saúde física do paciente. Por isso, ganharia a população e ganhariam os cofres públicos caso o governo oferecesse um atendimento de orientação psicológica com vocação social antes do atendimento médico propriamente dito.

E se algum leitor médico tiver maiores contribuições a oferecer, ou queira discordar de meus argumentos, o espaço está mais do que aberto. No entanto, aproveitando de seus conhecimentos e do conhecimento dos demais leitores, gostaria de perguntar a todos uma coisinha: Afinal, o uso de celular provoca câncer? Até que alguém dê uma resposta definitiva, é bom ficarmos atentos a essa questão do excesso de radiação emitida por vários aparelhos de nosso uso comum. Microondas, celular, computador... Quero todos nós com muita saúde e atuantes por muito tempo. E, para a tranquilidade dos hipocondríacos, não me excederei nas postagens sobre assuntos de saúde. Podem continuar visitando o blog sem problemas!

Adendo à postagem: O Jornal do Senado, em edição de 31 de março de 2008, fez um apanhado interessante sobre as medidas a serem adotadas pelo cidadão caso venha a ser vítima de erro médico. Vale a pena dar uma olhadinha por lá!

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