terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Curso de formação: primeira etapa da aprendizagem continuada


A cada vez que leio um edital de concurso público, fico mais impressionado com a quantidade de conhecimentos cobrados nas provas. É de se presumir que o pessoal admitido, mesmo que para exercer funções mais simples, possua elevada qualificação. No entanto, o conhecimento por si só não garante a prestação de um bom serviço. O relacionamento interpessoal, a habilidade técnica e a compatibilidade desses dois itens com as necessidades da Administração para o preenchimento dos cargos são os fatores que irão garantir o êxito daquela nova relação que será constituída.

Como forma de desenvolver a habilidade técnica e aprimorar os conteúdos cobrados nas provas, creio ser imprescindível a existência de um curso de formação, onde o futuro servidor será apresentado às rotinas, costumes e conhecimentos da forma como são abordados naquela casa. Não se trata de novidade: muitos cargos possuem essa etapa prevista em seus concursos de admissão. Porém, muitos outros não fazem tal exigência.

Defendo que o servidor público não pode se dar ao luxo de parar de estudar e se aprimorar nas diversas áreas de conhecimento em momento algum de sua carreira. O curso de formação seria uma forma de assegurar que o funcionário recém contratado encontre menos dificuldades em sua fase de adaptação. Já terá feito colegas que serão lotados nas mais diversas áreas, saberá andar com maior desenvoltura pela instituição para desempenhar bem as suas funções. E receberá o embasamento teórico e técnico necessários para iniciar o cumprimento das suas atribuições.

Por isso, o formato do curso de formação não pode ser enfadonho, com palestras de temas amplos e de pouca relação com o dia a dia do servidor. Deve ser, antes de tudo, abrangente, dando uma visão geral das atividades do órgão e de sua missão. Deve ser, ainda, objetivo, de modo a transmitir da maneira mais clara possível os conhecimentos a serem prioritariamente assimilados pelos novos servidores.

O curso de formação, para a vida profissional do servidor naquele órgão público, é a primeira etapa de um processo continuado de formação e aprendizagem que deve acompanhá-lo durante toda a carreira.

3 comentários:

Elenita Rodrigues disse...

Alex, sabe qual o problema? Alguns concusos não são objetivos últimos; na maior parte dos casos, são trampolins pra outras etapas (outros concursos) a que as pessoas almejam.
Quando vc, na iniciativa privada, contrata, vc não contrata NUNCA alguém que seja super-qualificado para o cargo... por quê? Porque vc tem a exata certeza de que a pessoa vai se achar melhor que os/as colegas, não vai se dedicar/identificar com o trabalho e não pretende fincar raízes lá. No serviço público, isso não acontece a menos que estejamos falando de cargos que sejam "o pão de ló" da carreira dos sonhos de qualquer um.
Concordo com seu texto, só estou falando de uma coisa que percebo há muito tempo... Dia desses conheci um mocinho. Quando eu perguntei o que ele fazia, ele me respondeu ORGULHOSÍSSIMO "trabalho num ministério, MAS sou concurseiro". Ser concurseiro virou profissão. quem sabe até eu mesma troque.... um dia.

PHeuliz disse...

Eu li e entendi a proposta de investimento para o melhor serviço público, isso acontece quando uma lei é mudada, ou há alterações no provimento, enfim, mas, ainda, não é como em empresa mista ou privada.
Mas, tenho que concordar com Elenita que muitos estão na função de passagem, e não têm interesse em aprender mais da burocracia do ofício, nem de crescer e outros ambicionam por mais. Difícil, mas é a realidade!!
E não condeno essa rotatividade.
Acho que falei e não disse muito, na verdade era só para registrar meu comentário, hehe.

Alex Alves disse...

Depois desses dois comentários de admiráveis mulheres por quem tenho o maior carinho, me senti motivado a escrever uma postagem exclusiva sobre o tema que foi levantado.
Aguardem! :)