Há muito tempo Curitiba é referência em termos de gestão para o País. Uma cidade-modelo, que apesar desse status enfrenta dificuldades especialmente com a questão da segurança pública, como qualquer outra grande cidade do mundo, mas que consegue reunir características capazes de fazê-la ser muito maior do que os seus problemas.
Tive a satisfação de, recentemente, visitar pela segunda vez a cidade. Lá encontrei experiências muito exitosas de gestão, como um transporte público que funciona, uma população com elevado nível de educação, uma economia que une de forma exitosa o setor público e a iniciativa privada, e a grande preocupação com a MANUTENÇÃO de parques e monumentos (a caixa alta é proposital, já que o vocábulo parece não existir em algumas administrações estaduais e municipais do nosso País).
Mas o que mais chamou minha atenção foi a existência de um modelo exitoso de apoio ao turismo de lazer, sendo que a vocação da cidade é eminentemente de negócios. Primeiro: há centros de apoio ao turista em locais estratégicos da cidade. Logo no desembarque do aeroporto, o visitante consegue encontrar uma central de informações na qual já tomará conhecimento, com grande cordialidade e gentileza por parte dos atendentes, sobre os principais passeios da cidade.
Além disso, os principais bares e restaurantes de Curitiba podem ser conhecidos por meio de transfers gratuitos oferecidos por uma operadora de turismo, por meio de convênio firmado com esses estabelecimentos e com os hotéis da cidade.
Da mesma forma, durante o dia, os principais pontos turísticos podem ser visitados por meio de um ônibus de dois andares, tipo jardineira, que passa por cerca de 20 pontos de interesse turístico, onde o visitante pode descer, conhecer durante o tempo que desejar e reembarcar, por 4 vezes. O ônibus passa em horários pre-determinados, a cada 30 minutos, e o valor é acessível: R$ 27,00 por pessoa.
Curitiba acaba de passar por uma transição na gestão municipal, mas o novo prefeito, experiente ex-parlamentar, não quis reinventar tudo do zero. As obras importantes para a cidade, já em fase avançada, foram mantidas. Claro, pontos específicos estão sendo revistos, com especial enfoque para o respeito ao contribuinte.
Mas a idéia passada ao visitante é a de que há um corpo perene administrando a cidade, que se preocupa com os resultados atingidos. Há "gerentes", "síndicos", na administração local. Cuida-se atentamente do patrimônio da cidade, seja ele público ou privado. Parece ser esta a mentalidade não só dos gestores públicos locais, mas da população em si.
Tradição de zelo curitibana que remonta às origens de seu povo, evidenciada na História com o episódio ocorrido no final do Século XIX, quando, após o abandono da cidade pelas autoridades locais em meio à revolução federalista, foi formada, por clamor da população, a junta governativa presidida pelo Barão do Serro Azul, ilustre e destacado cidadão paranaense, que administrou a cidade para evitar caos e desordem ao longo daquele conturbado período.
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