quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Vocação para servir

Não sei se possuo autoridade técnica para falar do assunto, mas muitos amigos recorrem a mim para obter dicas de como concretizar o sonho de ser aprovado em um concurso público, com boas condições de trabalho e remuneração digna.

Concordo que, atualmente, talvez seja este um dos únicos meios que a classe média possui para a sua manutenção ou ascensão social, como defende um amigo professor. No entanto, me entristece muito a busca a qualquer custo pela aprovação, a perda de talentos que estariam melhor situados profissionalmente em empresas privadas ou como autônomos e, ainda, o desserviço público prestado por algumas pessoas que ingressam no funcionalismo sem possuir a vocação para exercer as funções pelas quais tanto brigaram.

Muitos buscam o concurso apenas na tentativa de melhorar as condições pessoais, sem atentar para o fato de que poderiam estar colaborando para a melhora da sociedade. Tornam-se atores dentro da máquina pública, com o poder de fazer melhor por todos, mas por vezes sequer se dão conta disso.

Meu pai é servidor público aposentado. Me levava para o trabalho quando criança, nas vezes em que eu não tinha com quem ficar em casa. Eu sentia orgulho de acompanhá-lo pelas dependências da repartição, vê-lo trabalhando e falando sobre os benefícios que tal liberação de recursos do Orçamento traria a determinado município. Sem pilantragem, vantagem individual, comissão ou "cafézinho" de qualquer tipo, coisas que hoje chegam a parecer banais de tanto que ouvimos falar.

A justificativa é simples: já recebia dos cofres públicos um salário digno, justamente para poder prestar seu serviço com dedicação e presteza e, de quebra, ajudar o Brasil naquilo que fosse possível, dentro de seus princípios éticos e da mais pura legalidade.

Tornaremos a falar sobre o serviço público por aqui.

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